Às seis em ponto, A.M., horário de Brasília, o despertador tocou. Só que a cama estava tão gostosa e lá fora estava um tempinho tão feio, que o Rodolfo Augusto decidiu —na verdade, não decidiu nada, só adiou— ficar mais cinco minutinhos. Apertou o botão maior, o da soneca, do rádio relógio e virou para o outro lado.
Mais cinco minutos, tocou de novo; o Rodolfo, que estava num soninho tão bom, apertou o botão outra vez e puxou a barra do edredon mais para cima. Cinco minutos depois, alarme; Rodolfo Augusto bateu no despertador e empurrou a mulher mais para o lado. Mais cinco, encolheu as pernas. Outros cinco, cochilou de boca aberta. Cinco, ajeitou o travesseiro.
A Cíntia Patrícia, que dormia na mesma cama, estranhou ele, sempre tão pontual, perder a hora. Levantou às sete e chamou o marido. O Rodolfo Augusto mais grunhiu que falou um "só mais cinco minutinhos".
Ela foi até a cozinha e colocou água para ferver. No quarto, o alarme soou de novo. Preparou seu café da manhã e sentou-se para comer. O alarme gritou. Terminou de comer quando a campainha soava mais uma vez.
Quando a Cíntia voltou para o quarto, sete e meia, o Rodolfo Augusto estava ainda na cama. Ela entrou no chuveiro, o alarme tocou, lavou os cabelos, o despertador berrou, depilou uma perna, campainha, a outra, bip bip bip. Enquanto fazia escova, o Rodolfo Augusto apertou o botão da soneca mais duas vezes.
Claro que ela ficou preocupada, perguntou se estava tudo bem, mas o marido estava dormindo tão gostoso que ela teve dó. Saiu para trabalhar e deixou o Rodolfo ficar na cama por mais cinco minutos.
Quando a Cíntia chegou de noite, o Rodolfo Augusto ainda estava lá, roncando a sono alto. Ela jantou sozinha e assistiu a novela entre os bipes ritmados do despertador. Durante a noite, acordou de cinco em cinco minutos, toda vez que o marido pedia mais uma soneca ao rádio relógio. Numa das vezes, ela própria se debruçou em cima do marido e apertou o bendito botão.
O que acontece é que a Cíntia Patrícia já não sabe mais o que fazer: faz duas semanas que o Rodolfo Augusto não levanta da cama. Mas tudo bem, daqui a cinco minutinhos ele acorda.
17 comentários:
Nem brinque um coisa dessas que está sobrando no meu blog não, viu!!!
Estou expurgando um amor que só tá faltando eu saber que não tem mais retorno.... é fogo! Oh Fase!!!
Você sempre será bem vindo no blog e na minha vida, amigo querido!
Beijão
Mariliza
Quando se tem só cinco minutinhos o cochilo é mais gostoso, ô vida cruel.
quem sabe se ela trocar a cama, ou o relógio, rs*.........
[me lembrou o filme Domésticas, que o cara estava morto na poltrona, você viu? rs*]
beijos, querido e boa semana
MM
ahhhhhhhhhhh pq vc SEMPRE fala do que eu quero falar ?
droga de menino ! vai ser demitido !
apertar o botão soneca em dias nublados é o que há!
abraço
ow... água nele!
que preguiçoso do
caramba...!!!!!!!!
Bruno, você está sobrando desde que chegou, tolinho!
Nessa onda de aperta o soneca do celular... fico uma hora na cama, cordando de 10 em 10 minutos...
já é lei.. coloco as 06 e levanto as 07... vai entender... e olha que quando mais moço reclamava que minha mãe fazia isso...
Deus tenha misericordia da minha alma...
haha...ótimo e supreende, queria ler logo pra ver o final...
Gostei...
beijo
os cindo minutinhos mais demorados de que já tive notícia..
eu adoro pedir mais cinco minutos, mas não me permito.. hehe
bjos
Nossa... Fiquei presa na leitura do texto, mas o final não foi feliz... Fiquei com medo!!!
Moço, moço, cuidado com isso...rs
Bjs
Gente, alguém chama um médico, pq esse homem tá doente! hehehehe
euheueheuhe isso é que é disposição euheuehe flw cara!
hahahaha... muito bom isso! E quem já não brigou com o tal botão da soneca? Atire a primeira pedra...
Bjs.
Já está nos meus Favoritos!
Bjs
Danizita
espantoso... hahaha
eu já fiz diferente, o meu despertador não tinha esse botão soneca então eu deixei ele tocando pros "cinco minutinhos". depois de uma hora eu acordei, ele AINDA tava tocando. despertador persistente...
abraços!
Rodolfo Augusto tá morto! Ta tendo uns espasmos ainda, mais ta morto!
Certeza! Haha...
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