Segunda-feira. Dr. Almeida não dormiu nada por causa da úlcera atacada. Chegou na repartição chispando. Entrou no escritório, fechou a persiana, amarrou a cara e sentou na cadeira, disposto a não fazer nada até o fim do expediente.
Não passou nem cinco minutos e a dona Valéria entrou. Queria só uma assinatura do chefe, mas saiu com uma meia dúzia de impropérios por ter entrado sem bater. O Almeida é careca, mas soltou uns palavrões bem cabeludos.
Revoltada, dona Valéria saiu da sala do Almeida pisando firme no salto. Pegou os papéis assinados e jogou na mão do Pingüim, o motoboy. O Pingüim, que tinha esperanças de um dia tomar um chopinho com a dona Valéria, não gostou nada do tom de voz.
No trânsito, o Pingüim virou um diabo. Nem queria saber mais de chopinho. Praguejava ao mesmo tempo que costurava no trânsito. Pensou que passaria, mas não passou no meio de dois carros e arrancou o retrovisor da Elisabete, que retocava a maquiagem.
A Elisabete, sempre medrosa, sempre desesperada, ficou nervosa e deixou o carro morrer. O trânsito começou a andar e ela ali. Foi o Jorge quem começou o buzinaço. A Elisabete acabou arrancando de ré sem querer e, pronto!, carimbou o carro do Jorge.
Com pressa, o Jorge deixou o cartão e saiu. Bem na hora, o celular tocou. A Dê queria saber quando eles iam se ver de novo e essas coisas. Ele, que não estava mais com humor para papinho no telefone, disse que ligava depois. Desligou praticamente na cara da moça.
A Dê levou a mal o "ligo depois" e pensou que todos os homens são iguais mesmo. Ela nunca devia ter olhado para aquele safado. Estava com o Luli no colo e apertou o pobre do cachorrinho no momento da raiva.
Na hora do passeio da tarde, o Luli, que tinha até psicólogo porque era estressado, acabou vendo o Gui, que brincava com a dona Mirtes do 312, no playground. Estava louco para descontar o apertão que levara. Não deu outra: pulou do colo da Dê, latiu e tascou os dentes no menino.
O Gui era a razão de viver da dona Mirtes, primeiro netinho, o filho do caçula. O garoto nem bem se assustou, quanto menos tomou a mordida, porque o Luli nem era tudo isso, mas ela ficou preocupadíssima. Pegou o menino, escreveu um bilhete para o marido e saiu para o pronto socorro.
Mais tarde, Dr. Almeida chegou em casa e só encontrou o bilhete da esposa na porta da geladeira contando a história do Gui e dizendo que não tinha janta. Desceu no boteco do Manoel e comeu um croquete e uma coxinha com molho de pimenta. Batata (não, ele não comeu batata, é modo de dizer): quando se deitou estava com a úlcera que era uma bola de fogo.
* * *
Terça-feira. Dr. Almeida não dormiu nada por causa da úlcera atacada, etc etc etc.
7 comentários:
Reeditado.
heuheue
Bah cara,gostei,é bom sempre estarmos de bom humor,pq tudo pode voltar...
Comenta meu blog
http://jscamara.blogspot.com/
Adorei o seu tb.Só tenho dificuldade na leitura dos links e blogs amigos, tá muito clarinho.Parabéns.
É uma honra tê-lo como leitor.
Bjs
uau uau uauuuuu !
adorei !
te achei lá na comunidade do blogger, e já estou te linkando ! adorei o estilo dos textos, o layout é magnífico, cara, tudo aqui é impecável !
se vale uma ressalva, fico com a Raquel: os 'menu' é muuuuito clarinho, fica difícil de ler. se pudesse mudar um pouco a cor, facilitaria !
cara, bom demais aqui, volto sempre !
O famoso uma coisa leva a outra, é tudo interligado. Excelente texto!
Valeu pela visita!
Abraço!
ei ta
amei este texto muito show
é sempre bpom estar de bem com a vida pois esses ataques de humores sempre voltão em nós
passa la no meu blog depois
www.julimpsy.blogspot.com
caraca velho... tu q escreveu?????
Gostei mto msm...
tipo acho q eh mto o q acontece... um tipo de efeito cascata... mas q no final sempre somos culpados por nossos proprios problemas... ^^
sera q eh issu msm q eu falei? foi minha visao...
e valew pelo comentario la no meu blog... e pelo comentario q fez no orkut...
sempre q der passo aki...
www.minerinhojhs.blogspot.com
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