8.7.11

Caminho para casa

Ontem, enquanto voltava do trabalho, passei por uma casa que meu nariz acusou de estar assando bolo, uma outra que cheirava a sopa –presumo que de músculo– e uma terceira a manjericão. Uma senhora sorriu quando cruzou comigo, puxada por um cocker spaniel que carregava, orgulhoso, um pão fresquinho na boca. Também sorriu a que plantava flores no final da rua sem saída. No que abri a porta do meu apartamento, dei com o sol se pondo entre as cortinas da sala e pensei que, olha, a vida é uma coisa boa.

* * *
As pessoas me acusam de ser meio bobo, de achar que tudo é sempre bonito e coisa e tal. Outro dia chovia, minhas botas estava molhadas, eu tinha uma dor de cabeça danada, um sujeito quis me assaltar –no que se deu muito mal– e dei com um vazamento de esgoto no prédio. Mas aí é que está: sobre qual caminhada vale a pena escrever?

11 comentários:

Claudia Baggio disse...

Olá marido da minha adorada amiga ... diariamente passo por aqui, ansiosa, na expectativa de um novo post ... e é inacreditável como suas "histórias" me fazem ora recordar de tempos felizes, ora parar essa rotina doida e ter a certeza de que a vida é realmente bela ... Assim, sigo feliz, primeiro por ter a oportunidade de ler suas genialidades e segundo, por ter a certeza de que minha amiga tem ao lado uma pessoa tão especial (e que vai continuar a fazê-la feliz hein ?!)

Natalia Máximo disse...

O mais legal é como você vê as coisas de um jeito tão lindo, viu. Precisamos de mais gente como você no mundo.

L and the Bijous disse...

Caminhar sempre é bom. É uma pena que a faculdade seja tão longe da minha casa e eu tenha que pegar ônibus. Mas, sabe, andar pelo campus é curioso. Toda vez observo algo de interessante.

Precisamos de mais gente como você no mundo. [2]

Abraço.

Leonardo Xavier disse...

Eu não acho bobo, eu acho interessante essa faceta de sacar a beleza do cotidiano. Fazer um texto fantástico de uma história maravilhosa é fácil, para encontrar e fazer os outros encontrarem beleza no nosso cotidiano é uma tarefa bem mais árdua.

Agora, algumas vezes eu gosto de pensar que dá para fazer algo bom com as coisas ruins que acontecem conosco, como transformar nossas pequenas tragédias em algo mais lírico ou em engraçado

Magnum Opus disse...

Olha que tem muita gente por aí que preferia mil vezes escrever sobre a caminhada obscura!

Karina disse...

Morro de curiosidade sobre que bairro de Curitiba você mora. Parece tão bucólico sempre.

Dani disse...

Concordo com você, realmente é bem melhor escrever sobre as coisas boas! Faz com que a gente reforce a ideia (pra gente mesmo)de que a vida é boa, que vale a pena, e ainda alegra a vida de quem lê!

Obrigada por ter alegrado o meu dia!

Anônimo disse...

Tão quanto vale ser comentado. Bacana.

Anônimo disse...

Um contraponto interessante sobre o modo que eu gosto de escrever. É bom ver que ainda há gente que gosta de escrever bonito mesmo quando existe problemas demais na vida. Queria ter palavras assim como as suas. Parabéns.

Anne disse...

Pois é, exatamente! Por isso que eu não escrevi sobre a falta de água aqui no meu prédio no domingo... sempre tem coisas boas e ruins, mas as ruins eu prefiro fingir q não vi, pelo menos o máximo que puder!

Bjos, menino do acepipes que é mais raro que o cometa...rs.

Ba Moretti disse...

Sobre as coisas boas da vida, sempre!