Esportes
Embora desde o grande Brzètktrjl Pdrtjkïe, bronze olímpico na luta greco-romana em 1964, não haja no país atletas notórios, os zwkrshjistaneses são esportistas entusiastas. Especialmente quando se trata da paixão nacional: o futebol zwkrshjistanês.
Reza a lenda que o esporte nasceu em 1870, quando W'szjïosk Kltr, posteriormente capitão dos imbatíveis Bárbaros de Z'zträkosk, bateu a cabeça numa partida especialmente disputada de dominó —outra das modalidades mais praticadas pelos desportistas zwkrshjistaneses, ao lado da bocha aquática— e passou a ter delírios de que era Átila, o huno.
As partidas são jogadas num campo triangular, onde três bolas e uma senhorita são postas em disputa. Enquanto tentam aniquilar-se mutuamente, cada time defende duas das três traves. Na lógica ocidental haveria aí um problema aritmético, mas os zwkrshjistaneses resolvem a questão com muito bom humor e ameaças de morte —freqüentemente cumpridas— à mãe do juiz.
Já que não há mais nenhum regulamento documentado —o único original do manuscrito de Kltr foi inutilizado devido a um desarranjo intestinal minutos antes da final do memorável campeonato regional de 1957—, as regras são bastante flexíveis. Discuti-las calorosamente leva em torno de 140 dos 158 minutos que dura uma partida, além de causar algumas baixas entre os competidores.
28.11.07
19.11.07
Zwkrshjistão, um refúgio da democracia
Política
O Zwkrshjistão é uma república democrática —até segunda ordem do presidente Tzawsëj Trçakydf. Sua excelência tomou posse em 1976, quando o antigo rei, sua família, seu primeiro ministro, seus conselheiros, sua guarda real e seu hamster de estimação vieram a falecer num lamentável acidente. Desde então, vem sendo reeleito sucessivamente com absoluto apoio popular.
Homem de espírito paternalista, o presidente dá preferência a secretários, ministros e funcionários de sua família, ainda que nenhum deles tenha o ensino primário completo. A primeira-dama, a elegante e roliça madame Ïkrsfglja Trçakydf, passa onze meses ao ano em spas escolhidos a dedo pela sua mãe e mantidos com dinheiro público. Correm boatos de que não é por coincidência que, nos breves períodos em que ela vive no palácio governamental, o presidente apareça em público com um dos olhos roxos.
O presidente Trçakydf também é conhecido por sua popularidade junto aos jovens. Promove, anualmente, o concurso Pequeno Ditador nas escolas primárias do país. O vencedor ganha todas as despesas de exílio perpétuo pagas na Sibéria, como forma de assegurar que não liderará uma revolução no futuro.
Em 1989, fruto da maior importação de concreto da história do comércio mundial, iniciou-se a construção da estátua do presidente Trçakydf, conhecida como o colosso de Z'zträkosk. Por um erro de cálculo do engenheiro-chefe, o material deu apenas para chegar até os ombros da figura. A cabeça foi construída, então, com entulho resultante da demolição da mansão do engenheiro que, desaparecido numa viagem misteriosa, deixou um testamento em favor do grande presidente.
Devido a um mal-entendido envolvendo um espião e os freios de um alto diretor da Onu, o Zwkrshjistão não é parte da organização. E, como ninguém tem interesse no seu queijo coalhado de leite de mula e toda produção de vodka de cebola é consumida internamente, não participa dos grandes tratados comerciais.
O Zwkrshjistão é uma república democrática —até segunda ordem do presidente Tzawsëj Trçakydf. Sua excelência tomou posse em 1976, quando o antigo rei, sua família, seu primeiro ministro, seus conselheiros, sua guarda real e seu hamster de estimação vieram a falecer num lamentável acidente. Desde então, vem sendo reeleito sucessivamente com absoluto apoio popular.
Homem de espírito paternalista, o presidente dá preferência a secretários, ministros e funcionários de sua família, ainda que nenhum deles tenha o ensino primário completo. A primeira-dama, a elegante e roliça madame Ïkrsfglja Trçakydf, passa onze meses ao ano em spas escolhidos a dedo pela sua mãe e mantidos com dinheiro público. Correm boatos de que não é por coincidência que, nos breves períodos em que ela vive no palácio governamental, o presidente apareça em público com um dos olhos roxos.
O presidente Trçakydf também é conhecido por sua popularidade junto aos jovens. Promove, anualmente, o concurso Pequeno Ditador nas escolas primárias do país. O vencedor ganha todas as despesas de exílio perpétuo pagas na Sibéria, como forma de assegurar que não liderará uma revolução no futuro.
Em 1989, fruto da maior importação de concreto da história do comércio mundial, iniciou-se a construção da estátua do presidente Trçakydf, conhecida como o colosso de Z'zträkosk. Por um erro de cálculo do engenheiro-chefe, o material deu apenas para chegar até os ombros da figura. A cabeça foi construída, então, com entulho resultante da demolição da mansão do engenheiro que, desaparecido numa viagem misteriosa, deixou um testamento em favor do grande presidente.
Devido a um mal-entendido envolvendo um espião e os freios de um alto diretor da Onu, o Zwkrshjistão não é parte da organização. E, como ninguém tem interesse no seu queijo coalhado de leite de mula e toda produção de vodka de cebola é consumida internamente, não participa dos grandes tratados comerciais.
14.11.07
Zwkrshjistão, uma jóia ignorada pelos atlas
Geografia
Situado na Ásia central, na região do Paquistão, Quirguistão, Curdistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Cazaquistão, Uzbequistão, Afeganistão etc, o pequeno Zwkrshjistão é uma jóia engastada na bela e radioativa cordilheira de Zwkrsh. Uma depressão envolvida por todos os lados por um emaranhado instransponível de penhascos e chaminés das usinas de beneficiamento de urânio.
A capital, Z'zträkosk, foi planejada por urbanistas para estar exatamente no centro da depressão, trezentos metros abaixo do nível dos paredões da cordilheira. Por essa razão venta muito pouco lá e as temperaturas podem atingir, durante o dia, a casa dos 50 graus.
A maior parte da população zwkrshjistanesa vive na capital Z'zträkosk ou no eixo urbano entre as aldeias de Blzÿkrshtjr e Tblïshjkra. Ao norte, no planalto de T'äktrhjt, encontram-se as pequenas fazendas de cebola e criação de mulas. Os tuberculosos em quarentena moram em Zkt. Os outros 37% da população estão exilados em campos de concentração cedidos por ditadores amigos.
Cerca de 95% da vegetação original foi derrubada para alimentar a antes fortíssima indústria nacional de palitos de dente. Porém, depois da falência da fábrica, quando da grande epidemia de gengivite aviária que assolou o país em 1999, o governo estuda um projeto para reflorestar o país com plantas de plástico.
Devido à instabilidade das suas fronteiras —por motivos de ética profissional, os cartógrafos só trabalham depois da ingerir duas garrafas de vodka de cebola—, marcadas e remarcadas constantemente, o Zwkrshjistão não aparece em atlas oficiais, mas consta do Guinness book como o nome de república com maior número de consoantes seguidas.
Situado na Ásia central, na região do Paquistão, Quirguistão, Curdistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Cazaquistão, Uzbequistão, Afeganistão etc, o pequeno Zwkrshjistão é uma jóia engastada na bela e radioativa cordilheira de Zwkrsh. Uma depressão envolvida por todos os lados por um emaranhado instransponível de penhascos e chaminés das usinas de beneficiamento de urânio.
A capital, Z'zträkosk, foi planejada por urbanistas para estar exatamente no centro da depressão, trezentos metros abaixo do nível dos paredões da cordilheira. Por essa razão venta muito pouco lá e as temperaturas podem atingir, durante o dia, a casa dos 50 graus.
A maior parte da população zwkrshjistanesa vive na capital Z'zträkosk ou no eixo urbano entre as aldeias de Blzÿkrshtjr e Tblïshjkra. Ao norte, no planalto de T'äktrhjt, encontram-se as pequenas fazendas de cebola e criação de mulas. Os tuberculosos em quarentena moram em Zkt. Os outros 37% da população estão exilados em campos de concentração cedidos por ditadores amigos.
Cerca de 95% da vegetação original foi derrubada para alimentar a antes fortíssima indústria nacional de palitos de dente. Porém, depois da falência da fábrica, quando da grande epidemia de gengivite aviária que assolou o país em 1999, o governo estuda um projeto para reflorestar o país com plantas de plástico.
Devido à instabilidade das suas fronteiras —por motivos de ética profissional, os cartógrafos só trabalham depois da ingerir duas garrafas de vodka de cebola—, marcadas e remarcadas constantemente, o Zwkrshjistão não aparece em atlas oficiais, mas consta do Guinness book como o nome de república com maior número de consoantes seguidas.
12.11.07
Zwkrshjistão, breve guia turístico
Bem-vindo ao Zwkrshjistão, uma nação feliz, berço do coalho de leite de mula, líder mundial na conversão de urânio radioativo em lâmpadas de abajur e último verbete dos dicionários. Uma terra de ordem, governada pelo presidente Tzawsëj Trçakydf, homem de espírito democrático e progressista.
Os zwkrshjistaneses herdaram o jeito caloroso e a habilidade de pronunciar mais de cinco consoantes seguidas de seus ancestrais nômades das estepes vermelhas de Çakrtr. São um povo patriota, apaixonado por vodka de cebola e apegado a valores tradicionais, como família, amizade e assassinatos políticos.
A baixa procura dos turistas —no ano passado foram quase 17— faz do Zwkrshjistão um destino perfeito para quem quer desfrutar de férias em família longe da correria dos grandes centros turísticos e uma escolha especialmente acertada no caso de você estar enfrentando algum tipo de dificuldade judicial.
Desfrute de sua estada, aventure-se nas escarpas mortíferas da cordilheira de Zwkrsh, dance uma polka com as taberneiras de Z'zträkosk, aposte as economias para o estudo dos seus filhos numa partida do bom futebol zwkrshjistanês e, como diriam os simpáticos senhores jogadores de dominó dos becos de Blzÿkrshtjr, olwlhchkrasjïa sz'ozsye!
* * *
Nos próximos dias, o Acepipes tem a honra de publicar, numa série de posts especiais, a primeira edição do guia turístico do Zwkrshjistão. Fica aí minha dica para as próximas férias.
Os zwkrshjistaneses herdaram o jeito caloroso e a habilidade de pronunciar mais de cinco consoantes seguidas de seus ancestrais nômades das estepes vermelhas de Çakrtr. São um povo patriota, apaixonado por vodka de cebola e apegado a valores tradicionais, como família, amizade e assassinatos políticos.
A baixa procura dos turistas —no ano passado foram quase 17— faz do Zwkrshjistão um destino perfeito para quem quer desfrutar de férias em família longe da correria dos grandes centros turísticos e uma escolha especialmente acertada no caso de você estar enfrentando algum tipo de dificuldade judicial.
Desfrute de sua estada, aventure-se nas escarpas mortíferas da cordilheira de Zwkrsh, dance uma polka com as taberneiras de Z'zträkosk, aposte as economias para o estudo dos seus filhos numa partida do bom futebol zwkrshjistanês e, como diriam os simpáticos senhores jogadores de dominó dos becos de Blzÿkrshtjr, olwlhchkrasjïa sz'ozsye!
* * *
Nos próximos dias, o Acepipes tem a honra de publicar, numa série de posts especiais, a primeira edição do guia turístico do Zwkrshjistão. Fica aí minha dica para as próximas férias.
Dia-a-dia #2
Hoje, enquanto esperava na fila do banco, brinquei de procurar personalidades. Me senti praticamente num evento da Caras com a ministra Ellen Gracie e sua amiga Condoleezza Rice, o Sidney Magal careca, o Júnior Baiano versão pocket, o Mr. M sem máscara e o urso da caixa de Snow Flakes.
9.11.07
Pensamentos #2
Volta e meia penso em mim, criado na capital, leitor voraz, metido a escritor, e na minha avó, crescida na roça, semi-analfabeta, jamais leu um livro na vida. E vejo que não tenho nem um terço da sabedoria dela.
1.11.07
Balanço de primavera-verão
Poxa, há tempos não escrevo um editorial, acho que devo umas satisfações a vocês. E, como também fazia uns meses que não analisava minhas estatísticas, resolvi fazer um balanço de primavera-verão —essas coisas de marketing, sabe como é.
O capitão Joe Náufrago estreou em grande estilo. Nosso velho lobo do mar vem recebendo cartas perfumadas e com marcas de baton —e propostas de casa, comida, roupa lavada e duas garrafas diárias de rum— de admiradoras eufóricas e promete responder a todas, com toda finesse, assim que der um jeito nuns malditos cretinos atrevidos que insistem em enforcá-lo por atentados ao pudor, à propriedade alheia, à vida e aos corações de donzelas desavisadas.
Também parece que meu amigo sapo conseguiu algum apoio à causa anfíbia com seus diários. Ainda assim, há muito a ser conquistado e o Acepipes, um blog consciente de seu papel social, continuará apoiando a causa —mesmo porque, hoje em dia, quem não apóia nenhuma minoria está totalmente démodé.
Os aperitivos foram muito bem aceitos pelas visitas. Alguns atingiram número de comentários igual aos dos posts de verdade, sinal de que eles tapeiam o estômago direitinho. E ando escrevendo poucos —publicando poucos, na verdade— haicais, mas eles se viram muito bem, são os que ganham os comentários mais inspirados.
Agora, indiscutivelmente, o seu Glicério segue sendo a estrela do blog, o campeão de audiência —e o maior cachê— do Acepipes escritos.
Dona Eulália está preparando um coquetel —um bolinho, coisinha simples só para não passar em branco— de lançamento do fã-clube e a Marcinha mandou fazer buttons e camisetas com os dizeres "eu também sou um Glicério". Ele está analisando seriamente a proposta para um longa-metragem e, não fosse a proibição do cardiologista, até sairia para vereador para ser um bastião da moral e dos bons costumes na câmara.
Por fim, descobri que o Acepipes vale 23.710,68 dólares, nada mau, hein? Estou pensando em vender a casa com o Rex e tudo e ir embora para as Bahamas, onde me dedicarei em tempo integral à difícil arte de tomar drinques à beira-mar.
Obrigado! Vocês fazem a coisa valer a pena.
O capitão Joe Náufrago estreou em grande estilo. Nosso velho lobo do mar vem recebendo cartas perfumadas e com marcas de baton —e propostas de casa, comida, roupa lavada e duas garrafas diárias de rum— de admiradoras eufóricas e promete responder a todas, com toda finesse, assim que der um jeito nuns malditos cretinos atrevidos que insistem em enforcá-lo por atentados ao pudor, à propriedade alheia, à vida e aos corações de donzelas desavisadas.
Também parece que meu amigo sapo conseguiu algum apoio à causa anfíbia com seus diários. Ainda assim, há muito a ser conquistado e o Acepipes, um blog consciente de seu papel social, continuará apoiando a causa —mesmo porque, hoje em dia, quem não apóia nenhuma minoria está totalmente démodé.
Os aperitivos foram muito bem aceitos pelas visitas. Alguns atingiram número de comentários igual aos dos posts de verdade, sinal de que eles tapeiam o estômago direitinho. E ando escrevendo poucos —publicando poucos, na verdade— haicais, mas eles se viram muito bem, são os que ganham os comentários mais inspirados.
Agora, indiscutivelmente, o seu Glicério segue sendo a estrela do blog, o campeão de audiência —e o maior cachê— do Acepipes escritos.
Dona Eulália está preparando um coquetel —um bolinho, coisinha simples só para não passar em branco— de lançamento do fã-clube e a Marcinha mandou fazer buttons e camisetas com os dizeres "eu também sou um Glicério". Ele está analisando seriamente a proposta para um longa-metragem e, não fosse a proibição do cardiologista, até sairia para vereador para ser um bastião da moral e dos bons costumes na câmara.
Por fim, descobri que o Acepipes vale 23.710,68 dólares, nada mau, hein? Estou pensando em vender a casa com o Rex e tudo e ir embora para as Bahamas, onde me dedicarei em tempo integral à difícil arte de tomar drinques à beira-mar.
Obrigado! Vocês fazem a coisa valer a pena.
Assinar:
Postagens (Atom)