13.5.07

Carta a uma mãe

Sabe que outro dia, mãe, eu estava mexendo naquelas fotografias que volta e meia você olha com saudade e lembrei das nossas tardes na praça, quando eu mal sabia andar. As pernas não eram fortes o bastante, mas você agarrava minhas mãos e me sustentava no ar. Meus passos não eram lá muito compridos, não iam muito longe, mas você diminuía os seus.
     E eu, na minha inocência de menino, pensava que andava sozinho. Olhava para baixo e via todo aquele mundo sob os meus pés. Só me dava conta da sua presença quando caía e era puxado de novo para cima. E lá íamos nós. E logo a praça ficou pequena para nossos passeios.
     Os anos passaram e eu continuei andando. Andando cada vez mais rápido, e para cada vez mais longe. Você já largou minhas mãos e eu já saí da pracinha. Nem mesmo junto com você eu ando mais. E talvez só hoje, mãe, eu tenha me dado conta de que você me ensinou aqueles primeiros passos sabendo que um dia eles me levariam para longe de você.
     E hoje eu também vejo que ainda sou o mesmo menino que quer correr mais rápido do que consegue. Que pensa que está andando sozinho quando na verdade é alguém que me sustenta no ar.
     Talvez só hoje, parando para pensar um pouco mais em você, eu tenha percebido que você andou, sim, comigo o tempo todo. Mesmo que não segurasse mais minhas mãos e me dissesse, a cada esquina, para olhar para os dois lados, você esteve, mãe, sempre ali.
     Porque eu sempre disse que já era grande, que sabia andar sozinho, mas você nunca ligou e sempre esteve por perto. Sabia que, hora ou outra, eu ia cair. Meus tombos e meus passos são diferentes daqueles de anos atrás, mas o seu sorriso e a sua ternura não mudaram nem um pouco. E por mais que as quedas sejam todas frutos da minha teimosia, da minha desobediência, você sempre continuou ali, pronta a me levantar, a me sustentar, e dizer: “não foi nada, eu estou aqui”.
     Queria dizer alguma coisa que valesse mais que este presente que hoje eu te dou. Um “feliz dia das mães” é pouco. Talvez um “muito obrigado” também não seja suficiente. Quem sabe tudo o que você queira ouvir hoje é somente um “mãe, eu te amo”.

11 comentários:

Isadora disse...

creio que ela nunca vai esquecer esse presente.

:)

Jac C. disse...

Vi na Ju que vc foi ver o Papa. Que boa impressão reforçou. Confesso que tinha minhas reservas com ele, mas sorriso é sorriso e os dele tocaram no coração de alguma forma.
Barulhinho bom me fez pensar em Marisa Monte, que amo!
Hj não tem como não se falar desta criatura maravilhosa: MÂE!
Boa semana!

Anônimo disse...

Que lindo!!adorei essa homenagem,já sou mãe e hoje eu sei bem como é importante ter um filho que nos ame!!!Conheça meu blog tbm, espero que vc goste!!bjus

Anônimo disse...

www.zanatoriooo.blogspot.com

Monize disse...

Puxa mestre elfo... muito lindo!!!
Ai se não fossem essas mães...
Mande um feliz dia das mãe para a sua por mim ^^
E como foi lá em São Paulo?
Espero que tenha sido bom...

Uma beijoca menino...

Aline Ribeiro disse...

Um presente que faz qualquer mãe chorar, palavras apaixonadas de um filho!

Bjm e oba semana

Caroline disse...

Feliz dia das mães para a sua mãe...

E lembre-se sempre que, o dia delas não é somente aos 2os domingos de maio, e sim, todos os dias. =)

Professor disse...

coitada da Dona Isabel para agüentar os três figuras, mais o seu Adélcio... hehehehehehehe

merece sim um Feliz dia das mães

Diego disse...

:D

Anônimo disse...

Olá Colega Bruno,

Que surpresa!
Claro que pode virar leitor e agradeço.
Nossa, que homenagem mais bela e grandiosa esse seu texto!
Palavras muito sinceras, carinhosas, amorosas, calorosas, expressivas, entre outras maravilhas.
Gostei do seu Blog, inclusive do layout. Bem clean e gosto disso.
Gostaria de add aos favoritos do meu LIS’UPGRADE, pode ser?
Ah e como você chegou até o meu Blog?

Obrigada e Beijos

Kati disse...

Puxa Bruno, sempre me surpreendo com vc.
Já conhecia alguns de seus textos, mas esse tocou no fundo, talvez porque agora eu também sou 'mãe'.
Sua mãe com certeza deve ter se emocionado, pq eu me emocionei.