14.9.10

Ei, você!

Sim, senhor. Sim, senhora. Este aqui é para você. Você, que me lê e nunca comentou.
     Na verdade, eu estou aqui morrendo de vergonha, procurando o melhor jeito de pedir isso sem parecer um vaidoso sedento por atenção. Estou aqui escolhendo as palavras. Gaguejando, olhando para o chão, chutando umas pedrinhas.
     É que o Rob Gordon, grande amigo do grande Championship Vinyl, começou uma campanha que eu quero comprar: "dê vida a este blog. comente!". Tenho pensado muito nisso desde então.
     Estivemos conversando também, o Rob, uns outros caras bacanas e eu –todos blogueiro profissionais, eu sou o único amador– que a coisa anda meio fria na blogosfera. Uns tempos atrás tínhamos comentários, memes, postagens cruzadas, textos colaborativos, prêmios, indicações, jogos... Talvez eu seja só um velho cowboy ultrapassado, mas, pô, precisamos retomar isso, precisamos soprar as brasinhas antes que a fogueira apague.
     Coisa legal desde o começo do Acepipes são os amigos que conheci. Todo mundo que já passou por essa salinha, sentou no sofá, fez um afago no cachorro. Alguns saíram daqui para o e-mail, outros para o twitter, alguns para uma cerveja de verdade num bar de verdade (e alguns, eu admito, acabei deixando escapar, e peço desculpas pela falta de gentileza). E, putz, isso é tão legal.
     Mas só pude conhecê-los porque soube que eles estavam do outro lado aí da conexão.
     Poxa. Já tomei bronca de chefe porque estava escrevendo no meio do expediente, já atrasei em encontro com a noiva porque estava terminando de postar, já pedi caneta emprestada ao garçom para anotar ideia em guardanapo no meio do almoço. Só para contar alguma história para você.
     Poxa.
     Por trás desse blog também bate um coração.
     E, claro –sempre!–, obrigado por me ler, obrigado pela paciência que há anos você tem comigo. É por você que o Acepipes existe. Porque, mesmo sem comentar, eu sei que você está aí.
     E, só de birra, não vou autorizar comentários neste post.

* * *
Já eu, de minha parte, vou entrar para a campanha como comentarista. Afinal, mais que autor eu sou leitor. Vou tirar o pó dos favoritos –sim, eu guardo o blog de cada um que passa por aqui nos favoritos– e fazer umas visitas. Não repare se eu chegar por aí, assim sem avisar.